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Arquemaquía

  • Foto do escritor: Carlos Neiva
    Carlos Neiva
  • 22 de jul. de 2024
  • 9 min de leitura

No princípio, havia apenas Yiaser. Yiaser dormia um sono profundo, desde toda eternidade, ele era o próprio universo. Então Yiaser teve um sonho tranquilo, e seu peitou suspirou. Do sonho tranquilo que Yiaser tivera veio Ius, que é o pai de todos. Entretanto, Yiaser teve um pesadelo terrível e seu corpo estremeceu. Do pesadelo aterrador que Yiaser tivera veio Balreth, que é o próprio mal.


Ius e Balreth eram irmãos, e então Ius disse “Vamos criar mundos e ornar a grande árvore com eles, vamos criar coisas belas e preencher esses mundos”. Ius então criou o dia e o sol ardente, que se chama Haul, e mostrou-o a Balreth dizendo “Irmão, veja o que criei para iluminar o mundo e presidir os dias”. Mas Balreth havia criado a noite tenebrosa, que se chama Nix, e também a mostrou a seu irmão. Ius não ficou feliz com a noite, mas como Balreth era seu irmão, disse: “Revezemos entre o dia e a noite, entre a luz e as trevas”. E o tempo passou a correr.


Ius então criou a vida, repleta de esperança e força e mostrou-a a Balreth dizendo “Irmão, veja o que criei para tomar os nove mundos e se espalhar por toda grande árvore”.  Mas Balreth havia criado a dor e o sofrimento, e também os mostrou a seu irmão. Ius não ficou feliz com a dor e o sofrimento, ele já não podia criar junto de seu irmão, então disse: “Afastai de mim, meu irmão, pois que suas criações não completam as minhas”. Então, Balreth desceu até as raízes da grande árvore e cavou um profundo abismo.


No crepúsculo do dia, a noite surgira e Haul a tocou no horizonte. Nix ficou grávida e gerou três filhos. O primeiro era a Sombra que não tinha nome ou forma, que criou os corvos e se escondeu por toda parte, o segundo era o frio, chamado Despón que fez em Isa seu trono. A terceira era a lua, chamada Dama da Noite, que ficou junto de sua mãe dando-lhe alegria.


Ius então criou o reino celestial de Godheim no pico da grande árvore e nele fez seu palácio. Ius criou sete filhos para si e lhes disse: “Meus filhos, vamos criar mundos e ornar a grande árvore com eles, vamos criar coisas belas e preencher esses mundos”. Então Ius criou os seres celestiais que habitam toda Godheim e servem aos deuses.


Enquanto Ius criava com seus filhos e filhas. Balreth cavou um abismo nas raízes da grande árvore, ele então criou uma legião de demônios dos mais variados formatos e tamanhos e eles tomaram todo o abismo. Assim foi criado Hagalaz, a terra dos demônios, para onde todos os maus de coração vão.


Ius e seus filhos e suas filhas criaram então os outros sete mundos: Jera, Ingwaz, Elhaz, Dagaz, Nauthiz, Isa, Sowilo.


Despón tomou toda terra de Isa, que se tornou a terra do grande frio e do gelo. Haul incendiou toda terra de Sowilo, que se tornou a terra incandescente do fogo. Lá nasceram os iffriti, os azers e as salamandras.


Ius viu que os sete mundos criados por ele, por seus filhos e por suas filhas eram belos e prontos para receber criaturas que crescessem e se multiplicassem sob suas bênçãos. Ius então criou Pitão (que é chamado Bahamut ou Paladine) e Ladão (que é chamado Sardior), e estes criaram todos os dragões metálicos e de gema que vagam pelos nove reinos.


Ora, Balreth viu que Ius e seus filhos e suas filhas tinham criado os dragões e desejou também ele fazer o mesmo, então ele criou Delfina (que é chamada Timat ou Thakisis), e esta criou todos os malignos dragões cromáticos que tiranizam por todos os nove reinos.

Não demorou muito até que os filhos de Pitão entrassem em guerra contra os filhos de Delfina. Os filhos de Ladão se ausentaram dos conflitos e poucos tomaram parte. A guerra entre os filhos de Pitão e os filhos de Delfina estremeceu toda a árvore cósmica e ameaçou todos os nove reinos. Foi tão grande o impacto da guerra dos dragões que ela ameaçou acordar Yiaser que teve um espasmo e aniquilou a maior parte dos dragões filhos de Pitão, Ladão e Delfina. E Ius teve medo.



Ius então disse “Eis que os dragões se tornaram numerosos e grande foi o seu poder, mas não podemos deixar que o conflito entre eles destrua todos os nove reinos”. Então Ius retirou Pitão e Ladão para junto de si no reino celestial, e eles se tornaram os deuses dos dragões e draconatos.


Estes são os filhos e filhas de Ius: Jotun, Morgana, Aulë, Tallkin, Lirenea, Thaumara e Aerlindor.


Jotun era o mais sábio de todos os deuses, ele então pediu a Ius que lhe desse a permissão de criar criaturas grandes em sabedoria e em estatura, e Ius permitiu. Jotun criou então os gigantes e lhes abençoou de tal maneira que quanto mais sábio for o gigante, maior ele é e quanto menor ele for, mais estulto será. Jotun os colocou em Nauthiz e eles prosperaram e criaram grandes reinos governados com sabedoria. Os gigantes se espalharam por Nauthiz e muitos foram para Isa e Sowilo e ali criaram seus reinos. Os nômades gigantes do gelo estão em Isa e os artesãos gigantes do fogo em Sowilo. Eles construíram reinos e dominaram esses reinos.


Mas Balreth viu que os gigantes eram sábios e bons e tentou corrompe-los com o mau em seus corações, ensinando-lhes mistérios proibidos e a invocação de demônios. Muitos gigantes abandonaram o caminho da sabedoria de Jotun e puseram-se a caminhar no mal. Esses são os fomorianos, e eles se espalharam por todos os reinos.


Ius viu que seus filhos eram bons, mas não estavam completos, ele então teve mais sete filhos para que pudessem se casar todos os deuses. Ius gerou filhos e filhas e eles se casaram entre si. Ius, porém, sentia-se só, então disse “Eis que também criarei uma companheira para mim e ela reinará a meu lado, pois meu irmão Balreth já não governa comigo”. E então Ius criou Venara, a grande mãe, e Ius a desposou.


Estes são os nomes dos novos filhos de Ius: Viridion, Guemiron, Hesperia, Taledra, Hemgard, Erisia e Sahira. Jotun desposou Sahira, Aerlindor desposou Morgana, Guemiron desposou Thaumara, Aulë desposou Taledra, Tallkin desposou Hesperia, Hemgard desposou Erisia e Viridion desposou Linerea.


Morgana criou as fadas e todos os seres feéricos e os colocou em Ingwaz, mas Balreth viu o que Morgana tinha feito e enviou vários fomorianos para Ingwaz. Balreth ainda distorceu a criação de Morgane e criou os goblinóides e as megeras.


Aerlindor viu como Jotun criou os gigantes e desejou criar criaturas que fossem belas, que amassem as artes e fossem prósperas. Então Aerlindor pediu permissão para Ius para criar os elfos e Ius permitiu. Aerlindor criou os elfos e eles prosperaram abundantemente. Os elfos habitaram inicialmente Dagaz, mas multiplicaram-se e espalharam-se por todos os reinos, muitos deles foram para Ingwaz, pois que é a terra de Morgana, a esposa de Aerlindor, esses se tornaram os eladrin. Muitos ainda foram para o fundo dos mares, esses são os elfos aquáticos e sereianos. A Sombra viu como os elfos eram belos e tomou alguns para si, esses são os shadar-kai que se escondem nas trevas. Muitos elfos ainda passaram a habitar nos galhos da própria árvore dos mundos, esses são os elfos astrais.


Balreth viu que os elfos eram belos e abundantes, então ele criou uma filha para si, Atlach-Nacha, a rainha das aranhas que vive em teias demoníacas no abismo de Hagalaz. Atlach-Nacha foi até os elfos e os seduziu com promessas de poder. Esses elfos tomaram o lado de Atlach-Nacha e odiaram seu criador, Aerlindor. A corrupção de Atlach-Nacha tomou o coração dos elfos e esses se tornaram os elfos escuros, conhecidos como drows.


Os elfos que não foram corrompidos pelas promessas de Atlach-Nacha, vendo os drows e o que eles haviam se tornado, guerrearam contra eles e grande foi sua batalha. Ius, temendo que a batalha despertasse Yiaser, expulsou Atlach-Nacha para Hagalaz e todos os drow para os subterrâneos de Dagaz onde vivem até os dias de hoje.


Ius disse ainda “Os elfos são muitos e vivem tantos anos que em breve tomarão todos os nove reinos”. Então Ius retirou dos elfos a bênção da fecundidade e os elfos tornaram-se poucos, pois já não desejavam reproduzir-se, mas continuaram a viver por longos anos.

Aerlindor irou-se contra Balreth e feriu os goblinóides que viviam junto das criações de Morgana, sua mulher. Daquele dia em diante, os hobgoblins passaram a odiar os elfos.


Ius viu que grande era a maldade de Balreth e então ordenou que seu exército de anjos destruíssem os demônios que viviam em Hagalaz. Os anjos lutaram por tanto tempo que se conspurcaram com a ira e a maldade de Balreth. Ora, Malel era o mais belo dos anjos de Ius, mas por tanto tempo lutou que se tornou feio e cruel. Ao retornar para Godheim, Ius lhe proibiu “Não poderás mais viver aqui, pois deixaste se conspurcar com a maldade de Balreth. Ide para Hagalaz e habitai nas bordas do abismo. Tu agora não mais se chamarás Malel, mas Malachor, pois deixaste o mal entrar em sua alma”. Malachor é o príncipe dos diabos e junto dos seus, eles lutam contra os demônios, que são muitos.



Aulë, Guemiron, Sahira e Tallkin pediram a Ius permissão para também criar criaturas conforme seus ideais, e Ius permitiu. Aulë forjou os anãos do ferro bruto no fogo e os espalhou pelas montanhas e colinas de Elhaz. Guemiron lapidou os gnomos das mais belas gemas que encontrou e os espalhou pelos bosques e minas que encontrou em Ingwaz. E Tallkin esperou que Ius criasse os homens em Jera, e então criou os Pequeninos, também chamados hobbits, cultivando-os como hortaliças. Eles cresceram a multiplicaram-se nas pradarias, buscando viver uma vida de paz.


Ius então criou os homens e deu-lhes o dom da fecundidade e a capacidade de adaptar-se ao calor e ao frio, mas não lhes deu o dom de viver muitos anos, pois temia que tomassem toda a árvore dos mundos como os elfos fizeram. Ius os colocou em Jera para que ali prosperassem.


Sahira então criou os orcs a partir do solo árido e infecundo e os colocou nos desertos de Jera, para que resistissem a tudo.


Balreth viu o que Ius, Aulë e Guemiron fizeram e foi atrás de corromper suas criações. Os homens rapidamente cederam ao mal, mas Ius amaldiçoou esses homens e os baniu para os subterrâneos de Jera, esses são os horríveis grimlocks. Alguns anões ouviram Balreth e buscaram o poder, mas não confiavam em Balreth e buscaram poder fora da árvore dos mundos. Eles atraíram horrores indescritíveis que não faziam parte dos sonhos de Yiaser. Entre esses horrores estavam os illithid, que escravizaram os anãos que desejavam poder e os transformaram em raças decadentes, esses são os duegares e os derros. Os horrores atraídos pelos anãos vieram para a árvore dos mundos e assombraram igualmente Ius e Balreth.


Balreth tentou ainda tocar a criação de Tallkin, mas ele demorava a criar, então Balreth desistiu de tocar a criação de Tallkin. Balreth também tentou tocar a criação de Guemiron, os gnomos, mas esses eram bondosos e incompreensíveis como Thaumara. Então, Balreth os conspurcou, mas não conseguiu torna-los maus. Esses são os gnomos das profundezas ou svirneblins.


Ius se cansou da maldade de Balreth e então reuniu seus quatorze filhos para capturar Balreth. Guemiron tramou então uma armadilha e eles capturaram Balreth que andava por entre os homens. Em seguida, Aulë forjou uma corrente indestrutível e os deuses aprisionaram Balreth e o lançaram no abismo de Hagalaz. Balreth ficou preso no fundo do abismo de Hagalaz e dele continuam saindo demônios que buscam sair do abismo para tomar toda a árvore dos mundos.


Ius então criou a morte e decretou que as almas dos justos seriam levadas, no fim de suas vidas, para habitar Godheim, transformando-os em celestiais belos e bondosos conforme seu coração. Mas aos que são maus, Ius decretou suas almas sejam atiradas nas bordas do abismo de Hagalaz para tornarem-se diabos e servirem a Malachor em sua batalha contra os demônios que saem do abismo de Hagalaz. Ius ordenou que Sahira receba as almas dos mortos e as entregue a Linerea que os conduzirá em seu barco para Godheim ou Hagalaz, conforme seus corações. Ainda ordenou que Hemgard fique às portas de Godheim vigiando as almas que entram no reino celestial e tudo que acontece nos nove mundos.


Essa é a história de como os nove mundos foram criados. Godheim é a morada dos deuses, dos celestiais e das almas justas. Nauthiz é a terra dos sábios gigantes. Em Ingwaz habitam todos os seres feéricos, bem como os astutos gnomos. Em Elhaz vivem os fortes anãos. Em Dagaz dominam os belos elfos. Em Jera vivem os homens mortais, os orcs do deserto e os pacíficos pequeninos. Em Sowilo há fogo, lá habitam elementais e gigantes de fogo, e em Isa impera o frio, onde vivem os gigantes de gelo e as criaturas da neve. Em Hagalaz, onde Balreth está aprisionado, estão os demônios e os diabos que travam uma guerra entre si.





Panteão dos Nove Reinos

Ius

Vida, Céus, bem

Domínio divino: Vida, ordem, paz

Venara

Mulher, maternidade, casamento

Domínio divino: Vida

Jotun

Conhecimento e gigantes

Domínio divino: conhecimento

Aerlindor

Artes, canções, bardos e elfos

Domínio divino: conhecimento

Guemiron

Joias, mineração, terra e gnomos

Domínio divino: magia, trapaça

Aulë

Metal, forja e anãos

Domínio divino: forja

Tallkin

Cerveja, festas e pequeninos

Domínio divino: vida, ordem, paz

Viridion

Floresta, fauna, flora e druidas

Domínio divino: natureza

Hemgard

Vigilância, honra e juramentos

Domínio divino: luz, crepúsculo

Sahira

Deserto, orcs e mumificação

Domínio divino: guerra, sepultura

Morgana

Fadas e crianças

Domínio divino: magia, trapaça

Thaumara

Magia

Domínio divino: magia

Taledra

Comércio, negociações, sorte

Domínio divino: conhecimento

Hesperia

Agricultura, fecundidade

Domínio divino: vida

Erisia

Mar, navegação, pesca

Domínio divino: tempestade

Linerea

Rios, viagens e mortos

Domínio divino: natureza, sepultura

Haul

Sol, luz e dia

Domínio divino: luz

Nix

Noite

Domínio divino: crepúsculo

Sombras

Engano e os que se escondem

Domínio divino: trapaça, crepúsculo

Despón

Gelo, frio e inverno

Domínio divino: magia

Dama da Noite

Lua

Domínio divino: luz, crepúsculo

Pitão

Dragões metálicos, justiça

Domínio divino: guerra, ordem, luz

Ladão

Dragões de gema

Domínio divino: paz

Delfina

Dragões cromáticos

Domínio divino: guerra

Balreth

Dor, mal, ódio, vingança

Domínio divino: morte, trapaça

 

 

 

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